Dentro
da alma de cada ser humano existe o germe da beleza espiritual. Alguns seres
humanos tentam sufocar este germe, não o deixam crescer e dar frutos.
Felizmente, existem pessoas que cultivam o germe da beleza espiritual, criam
todas as condições para que ele cresça e se desenvolva dentro delas. E quando a
beleza espiritual cresce dentro de um ser humano, ela busca maneiras de
manifestar-se. São tantos os modos da beleza espiritual mostrar a sua face, que
é possível apenas citar alguns exemplos: uma pessoa desconhecida passa e dá um
bom dia que enche a nossa alma de alegria, sem sabermos a razão de aquele bom
dia ter mexido tanto conosco; escutamos uma música que toca as cordas mais
sensíveis da emoção, nossos olhos enchem-se de lágrimas; uma criança come um
doce com avidez, mas ao perceber que olhamos para ela, nos oferece um pedaço.
A
beleza espiritual não faz morada nas almas egoístas. Para tornarmos as nossas
almas belas, a primeira coisa a ser feita é nos livrarmos do egoísmo, um dos
males dos tempos modernos. O egoísmo torna a nossa alma feia e apenas as
pessoas com algum tipo de problema gostam de conviver com uma alma feia. As
mães, por exemplo, convivem com as feiuras das almas de seus filhos, mas esta é
a exceção que confirma a regra.
Existe
um caminho infalível para tornar a nossa alma bela: a prática da caridade. Não
nos referimos a dar um determinado valor para uma instituição de caridade, pois
isto é obrigação, referimo-nos a dedicar um dia de trabalho em benefício de
pessoas carentes, trabalhando em alguma atividade. Doarmos a nós mesmos, dar o
que temos, esta é a verdadeira caridade.
Pergunto
a mim mesmo: qual a caridade que pratiquei ou pratico? Dou contribuições para
instituições dedicadas a auxiliar o próximo, mas acabei de dizer que isto não é
caridade, é doação de bens. E o pior é que tenho consciência de que estes bens
não são meus, pertencem a Deus, sou apenas usufrutuário. Eu trouxe para esta
existência apenas o meu corpo físico e o deixará aqui quando retornar para o
lugar de onde vim, pois levarei comigo apenas as boas ações e estas eu não
pratiquei, nada tenho para levar. Suplico piedade a Deus, pois caso eu morra
hoje, regresso do jeito que cheguei, conceda-me mais algum tempo de vida e
ajuda-me a praticar algumas ações para depositar aos Seus pés quando regressar.
Autor: Marcos Antônio da Cunha Fernandes